“... depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram
no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança.
Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os
pés no tronco. Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam
louvores a Deus , e os demais companheiros de prisão escutavam.” (Atos
16;23-25)
Disse um escritor, que quando o pastor e teólogo Samuel Rutherford estava na prisão de Abdeerdeen costumava datar suas cartas da seguinte maneira: "Palácio de Deus, Abeerdeen..." Na ocasião em que Madame Guyon se encontrava presa no castelo de Vincennes, disse o seguinte: "Tenho a sensação de que sou um passarinho que Deus colocou numa gaiola e que agora não tenho de fazer nada, a não ser cantar."
João Bunyan o escritor do livro “O Peregrino” que fora
preso por opositores religiosos disse enfaticamente: "Em toda a minha
vida, nunca tive tanto entendimento da Palavra de Deus como tenho agora. Alguns
textos, nos quais antes não via nada, agora, neste lugar e nesta condição (a
cadeia de Bedford, Inglaterra), parecem brilhar para mim. Também nunca senti
Jesus Cristo tão presente e de forma tão real, quanto neste momento. Aqui eu o
tenho visto e sentido de verdade."
Portanto, seja qual for o cárcere que alguém possa se
encontrar, seja, a dor, os vícios, a ira, as emoções e tantos outros obstáculos para aquele que
tem fé podem ser parte do processo de aperfeiçoamento, pois, as “prisões"
de Deus tem na vida do crente um ministério de aperfeiçoamento, cura interior e
circunstancialmente pode ser uma benção para outros encarcerados nas masmorras
e calabouços da existência, como foi o caso de José no cárcere de Potifar,
eunuco de Faraó, rei do Egito, para ser bênção para toda sua casa, para os que
se encontravam presos com ele, para todo Egito e para glória de Deus.
É o caso do
episódio envolvendo os apóstolos que foram açoitados e presos. Todavia, o que
para sociedade de nossos dias com seus antivalores, filosofia sinistra, falso
conceito de intolerância, direitos humanos e tantos cuidados obscurantistas
resultaria em mobilização e protestos, para os servos de Deus foi uma grande
oportunidade de anunciar o evangelho aos encarcerados e sentirem-se
valorizados; isso certamente está na contra-mão da psicologia de Freud, Yang e
congêneres.
Em vez de lamentar pateticamente o
"inconveniente" circunstancial
episódico a que foram submetidos, oravam e cantavam louvores a Deus e os
outros presos escutavam. De repente um terremoto divino sacudiu os fundamentos
do cárcere e as portas se abriram. Neste contexto, oração e louvor abriram o
cárcere. A detenção dos servos de Deus trouxe abertura de prisão aos presos.
O verdadeiro cristão tem consciência que “todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus”. A vista
disso é possível concluir que, o “mal” vindo de Deus é providencial e resulta
em bênçãos incomparáveis, porém, o “bem” divorciado de Deus é mau e implica
anátema deplorável, visto se tratar de mais uma forma de alienação e morte
espiritual.
Aquele que tem fé em Cristo, na adversidade, reage à semelhança de Jó que glorificou a Deus na
tragédia, como José do Egito que exaltou o SENHOR na casa e prisão de Potifar,
como Jesus CRISTO que santificou a Deus aprisionado em um corpo de carne,
despido de sua Glória e assim, qualquer que seja a “prisão” que Ele colocar
seus servos, eles entenderão que estão no Castelo de divino.
Este perfil de crente figura na galeria dos heróis da
fé por sua perseverança, abnegação e fidelidade. Afinal, como disse alguém:
"A verdadeira vida é aquela que, em meio ao sofrimento, se aprende com
Cristo e com homens a vencer em lugar de murmurar." Pois, a VIDA consiste
em morrer. (Lucas 17;33)
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