13/01/2020

BEM E MAL, o "romântico" casal - A batalha espiritual não é uma luta entre o bem e o mal, estes pertencem à árvore sinistra. É um combate da luz contra as trevas.


Q
ando a serpente subiu no palanque em sus campanha eleitoreira e fez a solene pronunciação "sereis como Deus" ( Gênesis 3;5), mesmo sendo a personificação da mentira falou a verdade, porém, com sua perícia par-lamentar fez duas omissões; uma, quando falou de Deus com "D" maiúsculo, quando na verdade era minúsculo e aquela cartada se tornou o dia "D" para humanidade, o início da D-cadência.

Que estupenda decisão; a des-construção do protótipo ou padrão divino, no ser humano com seu próprio consentimento, tudo porque a sinistra ideologia entrou no paraíso como Cavalo de Troia um "presente de Zeus" para queda e destruição da fortaleza. Entretanto, o ancestral humano falhou em perceber que a "campanha do bem" escondia o mal, de ser oposição a Deus, que é o BEM, personificado.

A segunda omissão é que o "Deus" era o próprio Lúcifer, que segundo a Bíblia, se tornou "d'eus deste século" (2 Coríntios 4;4). Aqui está o sofisma mesclado ao paradoxo de Epimênides, que define bem a diplomacia da satânica faculdade. O mentiroso "só fala a verdade quando mente. E só mente, quando fala a verdade". O grande demagogo prometendo status levou-os à escravidão, oferecendo luz (conhecimento), atirou-os ao abismo de trevas, propondo o céu precipitou-os ao inferno de sofrimento. O mestre dos embustes falou a "verdade" mentindo. Dele disse Jesus: "...quando profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira." (João 8;44)

Destarte, a dificuldade estabelecida nessa estrutura resulta em toda sorte de conflitos, decepções e traumas, muitos dos quais, subliminares, de maneira que a alma nessa "camisa de força" abstrata aposta convicta no que “vê”, porém, erra e destrói o que não vê e o inverso também é verdadeiro.

Neste estado de agonia anímica escreveu o apóstolo Paulo: "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim." (Romanos 17;18-20) É a agonia paradoxal de saber o que quer e fazer o que não quer. É o "sem querer querendo" desejando o que não quer.

Neste agônico labirinto, o espírito humano sente-se como os prisioneiros na ilha de Circe; a feiticeira da Ilíada homérica, que após o banquete repleto de luxo e luxúria transformara em porcos, os infaustos convivas, os quais, embora conservando a consciência de quem eram, não podiam se expressar, mas, apenas grunhir em desespero. E se tais "porcos" pudessem falar, além de causar espanto, quem lhes daria crédito? E que certeza haveria que os "animais falantes" seriam humanos num "corpo errado”? Por este prisma, é possível entender a verdade, quando expressa pelo espírito da mentira e ter um lampejo das implicações do termo "profundezas de satanás" (Apocalipse 2;24)

Portanto, na obscuridade dos embates existenciais o dilema consiste no fato que falhamos em perceber armadilhas, devido à sedução das aparências. Isso acontece por uma razão simples e ao mesmo tempo complicada, pois, como diz um provérbio "As verdades podem ser nuas, mas, as mentiras precisam estar vestidas." Caprichosamente, por ser filha das trevas, a mentira geralmente se apresenta com eloquência e indumentária da verdade, pelo viés da apropriação indébita.

O aspecto mais cruel e delicado é que muitos tem fé na mentira em dimensão tal que, para eles, o mal é bom, a justiça é injusta, o certo é errado a verdade é mentira, a beleza é fealdade etc. E os que esposam opinião diferente são acusados de terem sofrido "lavagem cerebral”. Isso se deve ao fato que neste caso, o psicológico foi virado do avesso, todavia, defendem seu ponto de vista com ferrenha convicção. Porém, o problema é que, como disse Nietzsche: "as convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras". Quanto à “lavagem” cerebral, trata-se de uma via de mão dupla, de maneira que, para os incrédulos impede de crerem em Deus, porém, os crentes em Cristo Jesus passaram pela “lavagem da regeneração” (Tito 3;5) e João 3;5-8) para se tornarem novas criaturas conforme (2 Coríntios 5;17). Ela é o sine qua non para salvação.

No Éden o ser humano foi morto no sentido espiritual, porque deu crédito à verdade na estrutura paradoxal, de maneira que, a "liberdade" do humano caído é sua escravidão. É como afirmar, estou cego e "vejo!" Tem sentido de uma "visão" fora da vista, que tateia e intui e a probabilidade de estar certo é diminuta e confusa; é uma espécie de certeza incerta.

Importa frisar, que não falta inteligência ao ser humano, falta conhecimento. Esta foi a arma usada no paraíso quando a serpente enfatizou: "... sereis como Deus conhecendo o bem e o mal" (Gênesis 3;5). Conhecer significa ter relação com. Neste sentido eles tinham relação, intimidade e comunhão com Deus, porém aceitaram fazer o mesmo em relação ao seu arquirrival, então perderam o conhecimento de Deus adotando a “ciência” do bem e do mal.

O dilema da verdade proferida por satanás é que trouxe confusão dialética sobre as duas "árvores". A primeira é vida e bem eternos, a segunda contém a dicotomia do bem e do mal. Nesta árvore híbrida até o bem é molesto. Na outra está a felicidade e VIDA Eterna. A batalha espiritual não é uma luta entre o bem e o mal, como vimos, estes pertencem à árvore sinistra. Raul Seixas tinha razão quando cantou: "Ói, Ói o mal, vem de braços e abraços com o 'bem' num romance astral; e amém!" O bem e o mal tem um romance, são as metades da laranja, ying e yang, o côncavo e o convexo etc. Portanto, a batalha espiritual é da luz contra as trevas; da Árvore da VIDA, contra a árvore do conhe-cimento do bem e do mal, que são dois lados da mesma moeda.




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