No contexto espiritual o porco
serve como emblema de sujeira falta de cultura, gula, luxúria, egoísmo e coisas
do gênero. O filho pródigo não podia cair em maior desespero que alimentar
porcos, e desejar comer a comida que eles comiam (ler Lucas 15;15). Hoje,
apascentar porcos implica intercâmbio de tudo que sujo, réprobo quanto à moral
e anátema espiritual. Quando interagimos com eles apascentamos ou seja:
fortalecemos os laços da maldade estabelecendo desordem e caos. Quando nos
beneficiamos da barganha suja, e nos satisfazemos através dela estamos nos
alimentando da comida dos porcos.
A parábola que fala das pérolas
deitadas aos porcos demonstra o desperdício em propiciar que certos
conhecimentos espirituais representados pelas pérolas sejam dados a quem não
merece. Seria o mesmo que deitá-los fora, uma vez que o porco não é digno,
ademais, é impuro. Sua impureza origina do fato de além de exalar odor
insuportável tratar-se de animal que se satisfaz em meio à imundícia, que
devora qualquer alimento que lhe seja dado. Não é sem sentido que o animal é
considerado cerimonialmente imundo na lei de Moisés.
Entretanto, isso nada tem a ver
com alimentar de sua carne, pois, tudo que Deus criou é bom. O texto diz: “Porque
toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com
ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada”
(1 Timóteo 4:4,5) e acrescenta: “Comei
de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da
consciência” (1ªCo 10;25). T
De igual forma, não implica deixar de
pregar o evangelho aos párias sociais, visto que o próprio Jesus anunciou a
palavra aos pobres, que se misturavam com toda sorte de imundícia moral e
espiritual (2ª Coríntios 7;1). Portanto, a questão da reprimenda de Jesus incide
sobre o fato que é inútil continuar pregando a verdade para aqueles que a
recusam. Paulo escrevendo a Tito faz a seguinte observação: “não entres em
questões loucas, genealogias e contendas e nos debates acerca da lei; porque
são coisas inúteis e vãs. Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação,
evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo
condenado” (Tito 3;9-11).
Finalmente, a pérola em contraste
com os porcos vale refletir sobre o que nos diz Laudiceia Mendes: É uma joia
viva. Única produzida organicamente. É a única joia que a natureza oferece
pronta. Não é uma produção instantânea é uma composição gradual, pode levar até
20 anos para se formar. É uma joia singular não existem duas pérolas iguais. É
uma ferida cicatrizada. São frutos da dor. É a beleza que procede de
dentro...uma vez que é produzida no interior de um horrível molusco. Uma ostra
vazia não tem valor. Só as ostras feridas produzem tesouro. É de extrema
delicadeza e fragilidade, por ser orgânica se desgasta e requer cuidados e
experiência no seu trato. Seu valor é inerente à sua natureza e composição.
Na avaliação de uma pérola
predomina a essência sobre a aparência. A que tiver mais “nácar” será mais
valiosa do que a que apresenta mais brilho. É a vitória da substância sobre a
aparência. A pérola é um processo de defesa, uma reação de sobrevivência do organismo
ofendido. O símbolo da pérola fala de dor, revestida de amor, que se transforma
em tesouro! Mas a bíblia diz que não devemos lançá-las aos porcos... Eles não
apreciam pérolas...eles não distinguem-nas dos grãos de milho, nem as separam
da lama onde vivem.
Importa considerar que em alegoria, “cães e porcos” representa
aqueles que são inimigos do evangelho, como foi Herodes que ouvia a pregação de
João Batista, contudo, mandou decapitá-lo (Mateus 14;1-12), de maneira que no
contexto dessa passagem o tirano agiu como um cão ou porco. Os servos de Deus
estão empenhados na construção do Seu reino, o qual se concretizará com a
prática da justiça, coisas com as quais o espiritualmente imundo não tem
comunhão. Este perfil que não aceita o novo ensinamento do evangelho, não apenas
rejeitará, mas, tentará destruí-lo e também arruinar os que possuem esta fé.
Portanto, o Senhor espera que os seus saibam fazer distinções morais evitando
que preciosidades espirituais sejam tratadas levianamente, por aqueles que
rejeitam o convite do Rei do universo para a Grande Ceia por Ele preparada. Se um "porco" ali entrar o Dono da festa lhe dira: “... Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial?...” Mateus 22.12.
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