06/03/2020

PÉROLAS E PORCOS - No contexto, as pérolas representam as coisas santas, os valores eternos. Em contrapartida os porcos simbolizam o que é moralmente réprobo e anátema espiritual..

“...Não deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem” (Mateus 7:6).

Porcos
No contexto espiritual o porco serve como emblema de sujeira falta de cultura, gula, luxúria, egoísmo e coisas do gênero. O filho pródigo não podia cair em maior desespero que alimentar porcos, e desejar comer a comida que eles comiam (ler Lucas 15;15). Hoje, apascentar porcos implica intercâmbio de tudo que sujo, réprobo quanto à moral e anátema espiritual. Quando interagimos com eles apascentamos ou seja: fortalecemos os laços da maldade estabelecendo desordem e caos. Quando nos beneficiamos da barganha suja, e nos satisfazemos através dela estamos nos alimentando da comida dos porcos.

A parábola que fala das pérolas deitadas aos porcos demonstra o desperdício em propiciar que certos conhecimentos espirituais representados pelas pérolas sejam dados a quem não merece. Seria o mesmo que deitá-los fora, uma vez que o porco não é digno, ademais, é impuro. Sua impureza origina do fato de além de exalar odor insuportável tratar-se de animal que se satisfaz em meio à imundícia, que devora qualquer alimento que lhe seja dado. Não é sem sentido que o animal é considerado cerimonialmente imundo na lei de Moisés.

Entretanto, isso nada tem a ver com alimentar de sua carne, pois, tudo que Deus criou é bom. O texto diz: “Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada” (1 Timóteo 4:4,5) e acrescenta:  Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência” (1ªCo 10;25). T

De igual forma, não implica deixar de pregar o evangelho aos párias sociais, visto que o próprio Jesus anunciou a palavra aos pobres, que se misturavam com toda sorte de imundícia moral e espiritual (2ª Coríntios 7;1). Portanto, a questão da reprimenda de Jesus incide sobre o fato que é inútil continuar pregando a verdade para aqueles que a recusam. Paulo escrevendo a Tito faz a seguinte observação: “não entres em questões loucas, genealogias e contendas e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs. Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado” (Tito 3;9-11).

Finalmente, a pérola em contraste com os porcos vale refletir sobre o que nos diz Laudiceia Mendes: É uma joia viva. Única produzida organicamente. É a única joia que a natureza oferece pronta. Não é uma produção instantânea é uma composição gradual, pode levar até 20 anos para se formar. É uma joia singular não existem duas pérolas iguais. É uma ferida cicatrizada. São frutos da dor. É a beleza que procede de dentro...uma vez que é produzida no interior de um horrível molusco. Uma ostra vazia não tem valor. Só as ostras feridas produzem tesouro. É de extrema delicadeza e fragilidade, por ser orgânica se desgasta e requer cuidados e experiência no seu trato. Seu valor é inerente à sua natureza e composição.

Na avaliação de uma pérola predomina a essência sobre a aparência. A que tiver mais “nácar” será mais valiosa do que a que apresenta mais brilho. É a vitória da substância sobre a aparência. A pérola é um processo de defesa, uma reação de sobrevivência do organismo ofendido. O símbolo da pérola fala de dor, revestida de amor, que se transforma em tesouro! Mas a bíblia diz que não devemos lançá-las aos porcos... Eles não apreciam pérolas...eles não distinguem-nas dos grãos de milho, nem as separam da lama onde vivem.


Importa considerar que em alegoria, “cães e porcos” representa aqueles que são inimigos do evangelho, como foi Herodes que ouvia a pregação de João Batista, contudo, mandou decapitá-lo (Mateus 14;1-12), de maneira que no contexto dessa passagem o tirano agiu como um cão ou porco. Os servos de Deus estão empenhados na construção do Seu reino, o qual se concretizará com a prática da justiça, coisas com as quais o espiritualmente imundo não tem comunhão. Este perfil que não aceita o novo ensinamento do evangelho, não apenas rejeitará, mas, tentará  destruí-lo e também arruinar os que possuem esta fé. Portanto, o Senhor espera que os seus saibam fazer distinções morais evitando que preciosidades espirituais sejam tratadas levianamente, por aqueles que rejeitam o convite do Rei do universo para a Grande Ceia por Ele preparada. Se um "porco" ali entrar o Dono da festa lhe dira: “... Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial?...” Mateus 22.12.


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