27/03/2020

PAN-DEMIA - Tem-se impressão que na atualidade o culto à Natureza superou a idade dos mitos, de maneira que precede e estima-se acima dos seres humanos, que deixaram de administra-la para lhe prestar culto, como se fosse divindade.


Segundo a mitologia, Pã é deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores. Vive em grutas e vaga pelos vales e montanhas, caçando ou dançando com ninfas. É representado com orelhas, chifres e pernas de bode. Amante da música, traz sempre consigo a flauta. É temido por todos aqueles que necessitam atravessar a floresta à noite, pois as trevas e
Corona
solidão da travessia suscitam pavores súbitos desprovidos de sentido, que segundo a crença são atribuídos a Pã; daí o termo "pânico" com significado de medo infundado, desconhecido ou sem causa aparente.
Tomando as características mitológicas como analogia é interessante que Pã está inserido no prefixo do termo “Pandemia" que agora dissemina um medo, resultante de algo sinistro, estratégico situado para além do problema; algo mais sentido que entendido, porém não admitido, principalmente por aqueles que fazem dela um meio para interesses escusos. O termo se origina de “Pan” (tudo), mais “demos” com o sentido de (povo), sendo que Platão usou com significado de qualquer acontecimento que atinge toda população da Terra.

Embora quase imperceptível na psique da coletividade moderna alienada, mais robótica que pensante, cuja sensibilidade e discernimento estão embotados pelo uso excessivo de mecanismos virtuais, o arquétipo de Pã está inserido na alma devido ao endeusamento e culto à  natureza, tão disseminado com estrondosa pregação de mídia, que se assenta como Pitonisa, sacerdotisa de Pitom, a serpente, que segundo o mito “nasceu do lodo da Terra após o grande dilúvio”. Quero abrir parêntese para tranquilizar qualquer que discorda da abordagem mitológica como analogia, visto que, a Bíblia serve-se de mitos como o Leviatã que se transforma em dragão cuspidor de fogo (ler Jó capítulo 41) afinal, “dragão” é igualmente usado em mitos que não vale apena abordar aqui.

O fato que Pã era a divindade dos campos tem analogia bíblica, na qual, o campo simboliza o mundo. “... o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno” (Mateus 13;38) Portanto, na dimensão invisível o mundo é governado pelo deus deste século cuja característica é infundir medo paralisante, pânico como estratégia de domínio, afinal, foi com este espírito que Maquiavel aprendeu que os fins “justificam” os meios. Este leviatã na forma de governo sinistro global segundo a Bíblia, se assenta como falso deus, que tira a visão “... o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos” (2 Coríntios 4;4) e aquele que permanece no escuro é facilmente manipulado, é frágil, inseguro e dominado pelos medos na travessia da densa “floresta” mundana assombrado pelo pânico infundido na alma.

 Visto que foi expulso das Alturas devido ter atentado contra o trono de Deus, agora vaga pelos “vales" existenciais oprimindo, matando, destruindo, tirando a esperança, espalhando ódio, dores, conflitos, perplexidade, desordem social, guerras e caos, como estratégia para uma “Nova” Ordem Mundial. Não é sem sentido que o planeta sob este governante esteja em agonia fazendo jus à referência como “Vale de Lágrimas” , entretanto, a humanidade não chegou a este estado por acaso ou fatalismo como sugeriu Freud, mas, por transgressão, de maneira que não está isenta da responsabilidade do que o mundo se tornou. Na grande maioria, os lamentos são mais melodramáticos do que justos, visto que são fruto da desobediência. No contexto disse o profeta das lagrimas: “Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados” (Lamentações 3;39)

Sendo aquela figura do mito, o “deus dos bosques e dos rebanhos” denota ecletismo religioso caracterizado na configuração ecumênica e igualmente na globalização política, visto que, segundo Platão o político também é “pastor de rebanho”. Nesta figura é possível e coerente vislumbrar os dois aspectos do governo global; político e religioso. Por esta razão, não há heresia tampouco paganismo em afirmar que “Pã” continua vivo embora com a queda do poderio mundial do Império Romano tenha sido dado como morto, todavia, como raposa estava estrategicamente fingindo para ressurgir infundindo terror.

Outra predileção desse ente sinistro representado com chifres (poder) e pernas de bode (símbolo do ocultismo) é ser adorado nos montes, os quais estão associados tanto à figura do sagrado quanto do profano. Segundo a Bíblia este ser canhoto desejou tomar o monte (poder) de DEUS, “subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei” (Isaías 14;13). E apenas para contexto vale lembrar que Jesus Cristo foi crucificado no Gólgota, um monte também conhecido como Caveira, para resgate da humanidade perdida exigido pela justiça divina que requer “...Vida, por vida” (Êxodo 21;23). (Êxodo 21;23). Destare, o monte pode estar associado à luz ou às trevas.

Por fim, resta o aspecto caçador, a dança e orgias com as ninfas, e a flauta com a qual tem grande perícia. Sabidamente o instinto de sair à caça permanece intrínseco na alma decadente e insaciável no sentido dos objetivos, principalmente por meios escusos. Assim, "caçam" os criminosos, estupradores e muitos desvalidos, perseguindo suas obsessões. A Bíblia também fala do fundador da torre de Babel, que perseguiu o poder mundial em seu contexto. “este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor” (Gênesis 10;9). Com a flauta ele dá o tom, o ritmo, melodia e também o enredo musical e assim dissemina antivalores sob disfarce da arte e de forma sarcástica toca “flauta” (zomba) dos desatinos humanos, enquanto a humanidade dança no baile da existência seduzidos pelo engano, visto que também estão com a síndrome pandêmica incutida na alma.

Destarte esta divindade das “grutas” deleita-se no ponto cego das almas condicionando escravos à semelhança daqueles da Caverna Platônica, os quais, orientavam-se pelas sombras que escondia a verdade e camuflava a realidade. Essa pandemia oriunda do mundo cavernoso é infinitamente mais letal que a covid-19, visto que esta pode tirar a vida de uma pequena parcela humana, entretanto, aquela conduz à morte eterna. O que chama atenção é que esta infeção não gera preocupação social, ao passo que levou o Senhor Jesus às lágrimas (João 11;35) pelo fato que pessoas lamentavam a morte física (Lázaro) e nem percebiam que em seu interior jazia o próprio espírito atingido pela morte eterna. 

Portanto, do chefe do laboratório da morte está escrito: “o Deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4;4) Esta é a maior e mais letal de todas Pandemias (o mal de “Pã” - Pecado)  e continua sendo ignorada, entretanto aquela que atinge um número restrito em sentido temporal é encarada com tamanho alarde. Bem disse Shakespeare “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar”.

Por fim resta que jamais a natureza foi tão cultuada como nos dias atuais, de maneira que animais, plantas e todas as coisas da criação estão acima do ser humano. Não é sem sentido que o filme Two Tousand Twelve (2012) passou a ideia de restringir a humanidade a 500 milhões de habitantes para “salvar” o Planeta. O deus da natureza é Pã, de onde também deriva a palavra paganismo, Panteísmo e outros “ismos” que não é seguro mencionar, embora o regime seja democrático e a lei respalde a “liberdade” de expressão. Não discernir isso implica estar em situação tenebrosa.

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