02/04/2020

PROMOTORES DA GUERRA - O mundo sistematizado investe em treinamento e doutoramento da estupidez, cultura inútil e tendências insanas, que são falsas em suas bases, insuficientes para as necessidades da alma e perigosas em relação ao destino.

Alguém escreveu com acerto que "a mídia investe cada vez mais na imbecilização social". Segundo estatísticas, em 2014 setenta por cento dos brasileiros não leram sequer um livro, e à medida que avançamos a tendência é que esse percentual aumente. Chama atenção que o contexto não ganhou destaque ou manchete na mídia nacional, afinal, muitos acreditam
que isso se deve à “cultura” do país, ou seja: o contra cultural, induzindo à ignorância, e aniquilação, que atende interesses ocultos.

Guerra
Em parte, isso tem o “dedo” ideológico sinistro, somado ao desinteresse popular, mas, a grande vilã nesse processo é a mídia, que atendendo interesses escusos e aniquilamento moral investe pesado na imbecilização, em detrimento do aperfeiçoamento cultural. Apesar dos vários tipos de entretenimento contribuírem para distração e recreação, por outro lado incentivam a plena frouxidão moral, sacrificando todas virtudes apolíneas, pelo extravasamento dionisíaco. Esta observação não implica falta de cultura ou ausência de inteligência, porém, estamos identificando um doutoramento, em estupidez, cultura inútil e motivação perigosa, de maneira que a maior ditadura moderna está na tecnologia, distraindo e viciando naquilo que não edifica e que por sua vez é alienante. No contexto é significativo entender que “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir” (João 10:10). Estes estão roubando o tempo que deveria sem dedicado ao conhecimento, destruindo a alma e executando o espírito; com o agravo de o fazerem, com o consentimento humano escravizado no sistema alienante.

O médico, sociólogo cientista e educador carioca Edgar Roquete Pinto em 1923, via nos veículos de comunicação, meios de levar “escola aos que não tinham escola” pretendendo com isso expandir educação e cultura a toda nação, entretanto, o projeto teve vida curta cedendo lugar aos interesses do poder e do lucro. Desde então, ao contrário de muitos países a TV no Brasil, em detrimento da educação tem se mostrado responsável pelo recrudescimento contra cultural, através da midiotice audiovisual estabelecendo um abismo semelhante aquele da parábola do rico e Lázaro, que diz: “...está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá” (Lucas 16:26) Por este prisma o “sistema” condiciona ao abismo da entropia (tempo e oportunidade perdida), afinal, como diz o ditado ). “Há três coisas na vida que jamais voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida” Eis um abismo no qual muitos se encontram.

A TV aberta, com raras exceções veicula lixo moral envenenando mente e coração de sua audiência, cobaia de todo tipo de depravação impetrada em programas transviados, que divertem-se à semelhança de Circe a feiticeira, que em seu palácio vivia cercada por uma fauna, que nada mais era que inescrupulosos viajantes por ela seduzidos e transformados em animais. Estes, apesar de tomarem a forma dos bichos conservavam a consciência humana, entretanto, com a midiotice, ocorre o inverso, eles conservam a figura humana, todavia, o coração ganha forma animalesca num transviar abissal, que caracteriza uma viagem de ida sem volta. Os tais saíram da “casinha” e se perderam no “casarão” para além do labirinto.

O Brasil é conhecido como “país do football” entretanto, a característica de espetáculo há muito se perdeu, devido ao fato que os “monstros” forjados na mídia sarcástica que à semelhança dos imperadores romanos diverte-se às expensas do sangue de estúpidos “gladiadores”, transformou o lúdico no impudico. Não é sem sentido que os estádios são chamados de “Arenas” onde as feras são soltas, como acontecia no velho Coliseu romano, com uma diferença; “sublimaram” a estupidez do anfiteatro e apelidaram de esporte.

No contexto atual, na semana que antecede um confronto de grande rivalidade esportiva, os “chacais” do microfone se encarregam de forjar e veicular provocações passionais carregadas de ódio, que resulta em fúria tanto nas quatro linhas, quanto nas arquibancadas. Importa ressaltar que estes sádicos “imperadores” apregoam a “paz nos estádios”, entretanto, fomentam a guerra. E depois, com o sarcasmo de um Arafat, - que patrocinava o terrorismo, porém, diante das câmeras de TV, “condenava” a violência dos homens bomba – se mostram “estupefatos e perplexos” diante da fúria que eles incrementaram por detrás dos microfones.

É desnecessário dizer que há exceções, devido aos profissionais que trabalham com isenção, por outro lado, na contramão do sadismo, encontram-se os que em nome da audiência e prestígio popular veiculam patetices que irritam pelo abuso do fonético patético boçal. Produto da imbecilização.

Este aspecto, lembra o mito de Procustes, bandoleiro que queria tornar todas pessoas iguais, então as atacava e prendia em uma cama conhecida como “o leito de Procustes” cortando pedaços, quando eram muito grandes ou esticando em barras de metal quando eram menores que o leito. Assim trabalha a mídia massificando pelo eclético, patético, sincrético; onde o individual se perde na massa amorfa formatada. Esta é sem dúvida a “igualdade” proposta pela ideologia Procustes; uma equalização transviada totalitária ditatorial sob indumentária de “igualdade, liberdade e fraternidade” é uma igualdade cubana, uma originalidade “paraguaia” e uma dignidade de subsistir no chiqueiro alimentados com “bolotas” de pão e circo dos deuses imperiais.

Entretanto, certamente serão apanhados pelo efeito bumerangue da eterna lei de causa e efeito, ou da semeadura e da ceifa. Na Bíblia está escrito “...tudo que o homem semear isso também ceifará” (Gálatas 6;7) Parece que os midiotas adotaram o padrão da ausência de padrões; sendo assim de fato, “quanto mais conhecemos os humanos, tanto mais admiramos os animais” quanto mais conhecemos a sociedade, mais detestamos o produto que ela nos tornou. Porém, como como diz o proverbio bíblico “Porque semearam vento, e segarão tormenta, não haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros” (Oseias 8:7)

A vista disso, certamente o mundo colherá o que plantou e também a mídia que foi o mecanismo de semeadura descobrirá demasiado tarde que “Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia. Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do Senhor: Não aceitaram o meu conselho, e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto comerão do fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal” (Pv 1:27-33)

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